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Mostrando postagens de novembro, 2019

Meu terceiro olho

Mesmo virada consigo te enxergar Percebo teus dentes cerrados enquanto me azunha o quadril Percebo tua boca aberta enquanto sinto tua saliva pingar na minha bunda Sinto os filetes de saliva ziguezaguear minha espinha dorsal, enquanto ouço teu sugar labial tentando esconder teu desejo Espanto-me com teus dedos gelados e sei que tua ausência momentânea foi apenas para um gole de cerveja Percebo que o cigarro está no fim ao sentir tuas digitais quentes que me impedem de ir longe Naquele dia foste só meu, o fincar de tuas unhas me levam até ti, num desespero famélico de quem saiu da mata e mergulhou em meu oceano. Autora: Layce Barbosa

Pele cor de cobre

Tua pele acobreada Minha pele acinzentada Dois mundos, duas histórias Um só prazer em aquarelas Sonhos profanos em terras sombrias Desejos mundanos Cronologia em espaços infinitos A alma liberta-se sem relógio A fração do tempo vira eternidade O infinito perene do gozo Ejaculações de sussurro Extasiamento de forças O silêncio se derrete em suor A saliva escorre nas costas Procura caminhos, encontra a gravidade Onde eu extenuo meu corpo febril Onde encontro teus músculos trêmulos. Autora : Layce Barbosa

Travessia

Atravessar a rua depende de cuidados, Olhe pros dois lados, sem refletir A outra margem será sempre mais sedutora do que sua origem Teu destino dependerá dos teus interesses Estes são sempre mais insinuantes Deseje-se e trafegue-se! Autora: Layce Barbosa

Navegando em tuas costas

Cada gota de suor da batalha Cada fio de saliva do desejo Torrentes dos poros, da alma Calafrios, suor, saliva Não te deixo fugir Intero minha parte dentro de ti Entre movimentos do infinito Vou me encaixando em tuas bandas Meus dentes deslizam Nuca, meio e fim Fim, meio e orelha Saliva, língua, sussurro Você sugere sua crina Te tenho em controle Duas voltas e meias na mão Você não vai fugir! Colo meu peito Mordo teus ombros Cheiro teus cabelos Envolvo-te em dois braços Toco meu rosto, esfrego Roço minha barba, há  vermelhidão O queixo comprime tudo que quer entrar Aperto com força até o ardor Amasso tua barriga, teu umbigo Dedilho tuas espinhas Percorro suavemente minhas digitais Inverto o caminho das artérias da nuca até à cintura Dedos quentes no arrepio Exausto, te toco com meu coração Te faço ouvir a intensidade Cravo meus dentes, salivo teu suor Ainda aperto, não quero te deixar ir... Autora : Layce Barbosa