Meu terceiro olho
Mesmo virada consigo te enxergar Percebo teus dentes cerrados enquanto me azunha o quadril Percebo tua boca aberta enquanto sinto tua saliva pingar na minha bunda Sinto os filetes de saliva ziguezaguear minha espinha dorsal, enquanto ouço teu sugar labial tentando esconder teu desejo Espanto-me com teus dedos gelados e sei que tua ausência momentânea foi apenas para um gole de cerveja Percebo que o cigarro está no fim ao sentir tuas digitais quentes que me impedem de ir longe Naquele dia foste só meu, o fincar de tuas unhas me levam até ti, num desespero famélico de quem saiu da mata e mergulhou em meu oceano. Autora: Layce Barbosa