A sociologia do Sexo Anal


Em minha breve caminhada sexual, me deparei com parceiros e parceiras dos mais diversos tipos e formatos – psicológicos, e sociais, pois os formatos físicos pouco me interessaram- alguns consegui satisfazer, outros conseguiram me satisfazer, poucos não me deixaram boas histórias. Dentro de todo esse conjunto de experiência, quero me ater aqui as que tive com homens, percebi algo bem comum entre eles; falo da tara dos rapazes por sexo anal. Parece que há um fascínio de outro mundo por ele. Parece ser uma busca intensiva por “aquilo”.
Parei a observar e estudar o caso, me coloquei como pesquisadora e prazerosamente me indiquei como objeto de estudo. Afinal, além de interessada em saber o que motiva os rapazes na busca pelo anal; queria também aproveitar a pesquisa e me deliciar com alguns deles.
Me dispus a estipular uma metodologia para essa pesquisa participativa. Uma metodologia simples com poucas possibilidade para subjeções. Se dava com um encontro que durava aproximadamente uma hora e meia e entre uma conversa e outra, entre uma cerveja e um cigarro eu soltava a seguinte frase: “Sabe, tenho vontade de fazer sexo anal”. Só isso, nada mais. Do bar, restaurante íamos direto pro motel mais próximo e lá poderia acontecer tudo; como também poderia acontecer nada.
Foram dias maravilhosos, mergulhei nessa questão por aproximadamente um mês. Me chamava a atenção quando eu soltava a frase “chave” os olhos dos rapazes brilhavam. Todos ficam ouriçados.
Na prática percebi que poucos deles se preocupavam com as preliminares (falo de beijos, carícias, sexo oral, etc). Com o objeto “anal” em jogo a sede era muito grande.
No  entanto, nenhum deles se preocupou em me satisfazer primeiramente pelo sexo vaginal.
Não me dispus também a dá uma de 'dondoca' ou de 'cu doce'(chatinha). No personagem que eu vesti eu queria apenas saber qual era o grau de envolvimento e preocupação dos rapazes com o bem estar da mulher e se eles estavam dispostos a subutilizar-me em nome daquela tara.
Minhas sensações não foram boas. Ruim para mim foi perceber que além de não haver dedicação com as preliminares, os homens deixaram de usar minha fenda. Foram todos com muita ligeireza pra parte de trás. Não foram bem agradáveis as experiências.  Mas tirei proveito dos papos e desses abstraí uma lição muito interessante.
Descobri que para os homens fazer sexo anal com uma mulher aflora algo bem subjetivo que lateja na cabeça deles. Fazer anal se equivale a 'tirar a virgindade da menina'. Por inúmeros motivos. Primeiramente, a sensação daquele espaço apertado disposto a ser 'rompido' pelo membro, transveste a ideia da vagina apertada quando se é virgem. Outra coisa, transpor o anel, sentir o pênis escapulir à pressão do  ânus e suas pregas, remete à ideia de transpor o hímen. Saber então que a mulher nunca houvera feito isso, multiplica exponencialmente a sensação de  hétero desbravador primeiro. Além de tudo isso, fica registrado no orgulho do 'macho' as suas impressões 'digitais'  na história daquela 'fêmea'; causando no ego a ideia de pioneirismo.
Nas relações a que eu me oportunizei pesquisar, não percebi dos rapazes, nenhuma preocupação com a relação 'toda'. Mas havia na frente de todos os atos a vontade incontrolável e irracional de querer chegar ao meu fundo. Como um paradoxo, a vontade de chegar ao meu 'interior' os incapacitou de me entenderem como mulher, como essência, como ser que também precisa sentir prazer.
Toda essa experiência me serviu pra compreender o quanto as mulheres 'ainda' são tidas como objeto pelos homens.Percebi o quanto a satisfação sexual, moral, social e egoísta está em primeiro lugar na cabeça dos homens.
Cara, se aqueles rapazes tivesse um pouco mais de sensibilidade e me tocassem, falassem sobre assuntos diversos, falassem sobre qualquer coisas e distensionassem a relação sexo por sexo; eles não me teriam apenas por uma noite, mas me teriam pela vida inteira.

Autora: Layce Barbosa

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