Eles acham que sabem de tudo!


A natureza possibilitou a primazia de compor elementos perfeitos, assim como hidrogênio e oxigênio formam a água, o cloreto e o sódio formam o sal, a saliva e o ânus se completam. A indústria já tentou produzir diversos lubrificantes, contudo, nada substitui a saliva.

 Aprendi isso com “ Armando “.

Armando era um colega de trabalho, nos conhecemos na repartição quando passamos juntos no concurso para o mesmo cargo. Eu tinha 25 anos e ele 28. Tratava-se do indivíduo mais irresponsável e louco que eu já houvera conhecido. Enquanto eu me dedicava às normas do trabalho, ele se comprometia em burlar as regras. Não me lembro de uma só vez que Armando entregou um relatório pontualmente na instituição. Eu, por outro lado, com meus medos e crenças, me fazia uma menina “caxias" certinha e pontual, não me permitia deslizes tanto por ser novata quanto pela obrigação de recolher o 'dizimo', visto que a igreja era meu segundo lar.

A maneira inconsequente de Armando me fazia sempre atenciosa a ele, tanto pelas irresponsabilidades quanto pela referência de tudo que eu não queria ser enquanto funcionária. Sempre entre uma história e outra não havia um só dia em que ele não me convidava para tomar um chopp. No princípio achei que aquele jovem tentava me cantar, aos poucos fui percebendo que se tratava de um convite fraterno.

Uma bela quinta-feira decidi cometer o quarto pecado, liguei em casa e menti pros meus pais que iria fazer hora extra, com um peso na consciência aceitei o convite do colega para ir a um “Pub” que ficava perto do trabalho. Eu estava decidida a tomar uma água tônica ou no máximo uma caipirinha bem leve.

Chegamos por volta das 18 horas. Armando respeitoso pegou a cadeira e puxou para eu sentar, o bar ainda vazio nos deixava a vontade. Pedi primeiro a água tônica, como havia (me) planejado. O rapaz pediu seu chopp. O papo sem malícia foi se desenvolvendo, contei para ele minha trajetória até passar no concurso. Falei da minha família evangélica e tradicional e todo o tabu que havia ao redor deste fato. Nossas vidas pareciam bem antagônicas, ele contava da sua criação libertária. Sorríamos horrores, eu das loucuras dele, e ele das minhas privações.

 Por volta das 19:15 da noite ele me faz uma proposta absurda, me convidou para fazer uma loucura, eu fiquei com medo, não sabia o que se passava naquela cabeça. De repente, Armando chamou o garçom, aflição era o nome estampado na minha cara. O chamamento era para fazer um pedido: “Duas caipirinhas, comandante”. Eis a ousadia, um copo para mim e outro para ele. A partir daquele momento fui perdendo a percepção fraterna acerca do meu colega. Como o pedido estava “dentro dos meus limites” não ofereci resistência. Bastaram dois goles, começamos a sorrir mais alto.

Logo revelei a Armando a minha vida amorosa, falei que até aquela idade tinha tido apenas dois namorados “da/na igreja” e que a castidade era um bem a ser desvendado apenas no matrimônio, imagino que ele deva ter acreditado. Armando se assustou e tentou disfarçar. Mas de bobo ele nada tinha e começou a questionar sobre minha curiosidade por sexo. Quando percebi eu já estava no terceiro copo de caipirinha, me sentia lúcida, serena, consciente e o melhor de tudo “LIVRE”. Agora eu me percebia liberta, eu me sentia três pessoas: aquela do trabalho; a da igreja; e aquela moça livre e independente que conversava com Armando; das três a última era a que mais me agradava.

Como se fosse um processo natural, fui falando a meu colega dos meus desejos, das minhas vontades, dos meus impulsos. Falei que tinha vontade de conhecer homens, de fazer amor, de entregar-me a uma relação sem ter medo nem pudor, morria de vontade de conhecer meu corpo e explorar meus limites; contudo, não poderia decepcionar minha família no tocante à castidade. Falei também que nas horas em que me trancava no meu quarto assistia filmes eróticos, disse isso sem vergonha do julgamento dele.  Sem desprendimento e num sábio lapso de oportunismo, Armando pegou minhas duas mãos suadas em cima da mesa e me fez uma proposta: “te garanto sexo, prazer e deixar-te imaculada para o casamento”. Eu duvidei, fingi-me desentendida! Ele apertou mais minhas mãos e completou: "confia em mim”! Felizmente eu já estava envolvida por toda aquela situação, olhei para ele e disse: “vê lá o que você vai fazer”, pensei que não havia o que temer de um colega de trabalho.

Imediatamente corremos de mãos dadas ao caixa, pagamos a conta e fomos em direção ao estacionamento, ele me puxando e eu euforicamente aceitando ser levada, avistamos o carro e num movimento rápido ele puxou meu braço,  meu vestido de tecido fino girou no ar, ele me encostou contra o capô do carro e a minha bunda ardeu, ainda sentia o calor do motor, o beijo muito molhado, nossas salivas densas. Suas mãos passeavam em minhas costas e procuravam o lacre do meu sutiã. Sussurrei no seu ouvido e disse: Não é aí! Então ele escorregou a mão das costas à minha bunda, ele me apertava, parecia duvidar que minha magreza fosse capaz de produzir um traseiro avantajado. Minha perna esquerda segurava Armando, eu esfregava o jeans da calça dele entre minhas coxas em rápidos movimentos verticais intercalados por um salivar entre os dentes sonoro e desejoso. Eu desejava na verdade tudo aquilo dentro de mim, mesmo sem ter noção alguma se iria aguentar ou não. 

 Sentia ele querendo aferir minha virgindade. Ele só sentia a pele de minha calcinha exageradamente embebida de minha mucosa. Aquele não era o caminho ao qual nós havíamos combinado. Ele logo percebeu! Tratou de abrir a porta e entramos no carro. Fomos ao motel mais próximo, a cada curva, cada sinal sua mão direita deslizavam por baixo do meu vestido. Sua pressa acabara durante o percurso, quando optei por afastar o banco pra trás e colocar a perna direita sob painel do carro;  cada curva ele se contorcia na tentativa de buscar o espaço entre a calcinha e minha pele. Eu o confundia, ora fingia surpresa, ora parecia estar a vontade.

 Paramos num sinal de trânsito, a mão que estava por baixo de mim, agora encontrava sua boca e em seguida na macha do carro, sua saliva era a tempera que minha vagina precisava para mais se emocionar;  nós dois nos divertíamos ao sabor cremoso que de mim jorrava qual cachoeira. Sua mão se divertia sob a superfície áspera e carnuda que ora o desejava. Na agonia, Armando entrou em uma rua errada, eu o repreendi sem hesitar: “Volte, entramos na rua errada”. Com ar de surpresa e alegria Armando me olhou, sorriu e corrigiu a manobra. Não podia assustar o rapaz, mas conhecia aquele caminho muito bem, me fazia de desentendida para que ele pensasse ter o domínio da situação.

Na recepção do motel, pedi ao meu companheiro a oportunidade de escolher uma suíte de maneira aleatória, tinha a intenção de bagunçar mais o juízo dele, as incertezas colocam os rapazes sempre em status de inferioridade. Pedi a suíte 606 -imaginei que a sorte dos número pudesse nos dá a dimensão do tamanho da criatividade a que nós pudéssemos nos proporcionar- e a recepcionista me corrigiu: “ Senhora, você quis dizer 666 suíte temática “Ningt in Hell”. Coincidência ou não, esse título trazia um pouco da atmosfera que eu queria pra aquela noite.

Ao entrarmos avistamos um imenso balcão de bar com diversas bebidas. Sugeri a Armando que fizesse uma caipirinha enquanto eu ia tomar banho. À meia luz recomeçamos às conversas. A caipirinha tem um toque bastante especial, ela tem a capacidade de deixar nossa saliva mais densa, mais viscosa, isso é um convite provocante à capacidade de dilatação do nosso corpo. Fomos bebendo e nos descobrindo, ele sentado em um banco alto típico de balcão, eu de pé,  percebi que ficava da mesma altura dele, curvei minha coluna e fui descendo a língua até a parte dura que me interessava. Ele parecia não acreditar, balançava a cabeça entre negativas e sorrisos, certamente achando bom como era suave o deslizar do membro dele em minha boca e usando seu moralismo pra me julgar.  Eu  parava a cada um minuto, colocava toda a saliva que havia em minha boca no topo do membro dele e tomava uma dose de caipirinha. Tudo deslizava em minha boca, do serrar dos dentes até minha garganta. Entre compunções e ânsias, despejo naquela cabeça todo caldo denso que produzo. 

Armando já superou a fase de menino assustado, resolveu se entregar aos devaneios sexuais, comprou minha onda e se dispôs a produzir fluidos. Sua boca sabia que poderia passear por todo meu corpo. Seu membro também,  mas apenas em um lugar poderia fazer morada. 

O açúcar da caipirinha já havia impregnado em sua boca, aquela saliva densa era um ótimo abre alas. Cuidadosamente cada fresta do meu sol foi se abrindo para o visitante. Passo a passo fomos ganhando nossas profundidades. De costas pra Armando eu via pelo espelho sua atenção e felicidade. A cada milímetro de envergadura eu sentia os dedos frios -que seguravam o copo- de Armando passear sob minhas costas. Da nuca ele vinha contando minhas costelas, cada ondulação eu o oferecia um poro arrepiado. Ele chegou ao meu fundo, teve calma, puxou meus cabelos loiros e longos, os mediu e viu que minhas madeixas atingiam as nádegas. Foi enrolando passivamente em sua mão esquerda, parecia me preparar pra cavalgar. Três voltas e meia, sua mão cheia de cabelo, a outra cheia de dedos apertava minha polpa, suavemente sentia palmadas, progressivamente foram aumentando em som e dor, aumentava também a forma como Armando rebolava atrás de mim. Seu remexer era perfeito. Fui aos poucos fraquejando as pernas, aquele rebolar era seguido por entradas e saídas. Tremia as pernas, sentia que algo dentro de mim iria explodir, e de fato aconteceu! Não segurei a emoção e esbravejei bem alto no motel. Entre o pecado do prazer e a mocinha recatada percebi que eu poderia ser as duas coisas. Armando metia com muita força, e eu só sentia prazer.

Gozos intermitentes. Gritos exagerados. Palmadas adelosas a cada um desses Armando se aproximara do seu gozo. Até que  ele veio. Fizemos juntos, ele abraçado por trás de mim, seus braços me envolviam fácil, magra loira e branca.
Fiquei marcada de vermelho e de prazer.

Pedi pra ir tomar banho e atentei pra hora avançada. Fui só ao banheiro. Na volta pedi pra Armando tomar banho enquanto eu me vestia. Eu parecia ter vergonha daquilo tudo, percebia que o personagem estava caindo. Pedi pressa a Armando. Calada, sentei na cama, ele perguntou se eu estava arrependida, respondi que não. Meu silêncio incomodou o colega, ele questionou se faltou alguma coisa?

Respondi:

Você se contenta com tão pouco!

Autora:Layce Barbosa

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Meu primeiro date

"Você"

Fui descoberta

Um pouco mais

Valsa dos dedos

Test Drive

Vantagens de ter um Christian Grey

Quando você está distante sinto....

Desdém

Meu terceiro olho