Sagitarianas

Ela convidou-me para um vinho. Dessa vez eu precisava aceitar, queria aquele momento. Mas junto disto o medo de tudo que o meu corpo produzia somente por pensar nela.

A princípio me considero heterossexual pelo fato de ter me relacionado apenas com homens até o momento, mas algo ou tudo nas mulheres simplesmente me fascina.

Fim de tarde e chegada a hora da minha amiga vir até a minha casa para tomarmos o tão esperado vinho. Escuto a campainha e vou atendê-la, em trajes comuns, pois me sinto muito a vontade na sua companhia. Nós cumprimentamos cordialmente, ela senta-se na cadeira do balcão, ao fundo toca Chico Buarque, pego duas taças, gelo, abro a garrafa para servi-la.
A nossa conversa flui naturalmente, falávamos de tudo, inclusive sexo. Ela contava das suas experiências e como para ela mulheres tinham muito mais capacidade de fazer cada segundo do que viviam de forma mais intensa. Gosto do poder que o vinho tem, descer suave, de aquecer numa fração de segundos e embriagar-te talvez depois da segunda ou terceira taça.
Já havíamos saído da cozinha e indo para um tapete enorme na sala, nos recostávamos sobre o sofá e algumas das vezes em almofadas dispersas no chão. Estávamos a meia luz, mas era suficiente para que a sua pele negra refletisse todo o seu brilho. Em momentos seus olhos fitavam os meus e eu não podia deixar de admirar cada perfeito traço daquele corpo, desde os seus lábios excessivamente carnudos, até o movimento que o colo dela fazia a cada suspiro.
Passei a notar que a cada toque involuntário entre os nossos corpos a minha pele ardia. A sua mão repousava sobre a minha perna, os nossos ombros lado a lado e o seu cabelo cacheado tocava suavemente o meu ombro. Por alguns minutos ficavamos assim, caladas por fora e gritando por dentro. Resolvi quebrar o silêncio fazendo uma pergunta a ela, pelo nível de álcool ela não ouviu, virou o rosto de frente e pediu que repetisse. Neste momento eu não soube quem, se eu ou ela, ou talvez simultaneamente as duas se enlaçaram em um beijo, quente, absurdamente salivado, era desejo que corria das nossas bocas.
O corpo dela pressionava sobre o meu, podia sentir cada pelo, até as suas veias pulsantes, tudo energizava meu corpo e aprisionavam-me ao dela. Ela começou a arrancar a minha roupa e tomar o meu corpo, como fez com o vinho, degustava minha boca, pescoço e ombros. Estávamos nuas, apenas sentíamos uma a outra, deslizante natural do prazer, a minha mão enchia com os seus seios lindamente fartos, com formato de gota e auréola cor de jambo como que em uma valsa eu dançava sobre ela, meus dedos a penetravam, aqueciam e lambuzavam, não só o corpo mas a espinha e a alma dela.

Sentimos que éramos apenas um, eu passeava em suas fendas adoçando minha boca com seu mel, nos encaixavam nos amávamos e podíamos então explodir em prazer, um gozo após o outro, mais forte que o primeiro. Depois de muito saborizar deixava aquela pele negra ainda mais brilhante com nossos fluidos,  descansávamos ainda com nossas mãos enterradas nos sentindo pulsar.

Autora: Layce Barbosa.

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