Suplica Devassa


Você chega do trabalho
Joga suas roupas na cama
Pega a caixa de cerveja,
uma a uma vai distribuindo-as no frigobar
Do outro lado da sala acendo meu cigarro
Começo meu diálogo com tua bunda
Ela, me hipnotiza, cada agachamento teu é um convite
Você faz de propósito pra me provocar
Ela fala comigo, me pede, me suplica a liberdade
Tua calcinha, minúscula, parece aprisionar nossos desejos
Frágil, me rendo ao convite, me ajoelho em tuas costas
Com uma das mãos no cigarro, a outra e a boca te desnudam
Em reverência esfrego minha face nas tuas duas faces traseiras
Converso com ela,
Certifico-me que ela é verdade, carne, sabor e mel
Hesito por onde começar,
Vejo aquela linha do fim das costas até o infinito teu
Te peço de quatro na cama, empinada, cavalgável
Ajoelho-me no chão frio
Em movimentos caóticos de desejo,
Toco a textura da língua a salivar,
Deslizo com minha superfície áspera em tuas nádegas
Mordo, com vontade quero levar um pedaço
Enfio meu nariz a te saborear, como se faz com livro novo
Sinto teu gosto a derreter em minha boca
Subo e desço minha língua em pincel
Pinto naquela escuridão meu sonhos profanos
Encontro teu circulo, tenso e desejo por mim
Colo minha língua como se recebesse hóstia
Espero você se derreter em minhas papilas
Te solvo, te engulo sem pudor
Te degusto sem vergonha, te bebo
Me encharco a cara, misturo minha saliva
Faço mel, deslisante, tudo que sai de ti e da minha boca
Deslizo em tua linha, enterro meu rosto
Ainda acho pouco,
Entrelaço meus dedos, faço-me em reza
Apoio em tuas ancas, fico nariz, língua e lábios
Ouço teus gemidos, cravo com mais força
Percebo que minha barba também te toca
Faço movimentos circulares, te ouço
Não temo teus sons, não temo tuas contrações
Espero e provoco cada vez mais teu gozo
Você geme ainda mais, ouço a contração da tua vagina
Minha boca engole tudo que de ti sai
Engole teus sons, gemidos, fluídos sem nojinho
Ainda pareço rezar em tua bunda
Quero que tudo que há dentro de ti me ouça
Quero dizer que sou refém dela, de ti
Ainda quero mais, mas você se rende e deita de costas
Ficou apenas eu de joelhos
Em meu rosto banhado há nossos vestígios
Que se resfriam com o vento do ar condicionado...

Autora: Layce Barbosa


Comentários

  1. Que poema lindo, pude me sentir dentro dessa relação. Sentir tudo que descreveste, todo o sentimento em cada linha. Parabéns.

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    Respostas
    1. Obrigada, volte novamente para ler mais poemas e textos da mesma natureza.!!

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  2. Que poema!! Que sexo, que química!! Layce parabéns, você escreve muito bem!

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